Comentário: LEMBRA A 'VIDA COMO ELA É'
Ontem, uma moça,
comentando o conto Boa noite, minha velha,
disse que lembrava A vida como ela é,
de Nelson Rodrigues. Embora não seja uma forte influência no que escrevo (pelo
menos não uma influência consciente), me senti lisonjeado com a comparação. A
primeira vez que li Nelson Rodrigues foi em 2013, sob a tutela do meu guia
espiritual Bernardo Fonseca Machado (ator, diretor de teatro, antropólogo pela USP): um
projeto de direção da peça Vestido de
Noiva. Também vi recentemente uma entrevista de Marçal Aquino em que ele
destacava a autenticidade dos diálogos de Nelson, incluindo-o no rol dos
grandes dialoguistas do Brasil. Nelson dizia que o problema do escritor
brasileiro "é não tomar cafezinho". Por isso escreve mal os diálogos:
não ouve o povo conversando.
Esse concurso de acontecimentos em
torno de Nelson é claro sinal de que tenho que voltar a lê-lo.
São Paulo, 23-2-2019
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