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Mostrando postagens de maio, 2020

Conto "A tragédia do barbeiro", In Revista Maldita, edição 1

Na edição 1 da Revista Maldita , de dramaturgia, foi publicada a primeira versão do conto "A tragédia do barbeiro", um conto que vai compor Uma mesa de tamanho normal. A revista pode ser acessada através do seguinte link:  https://pt.calameo.com/read/006295696b9a3399f0b7d  

PUBLICAÇÃO DE 'UMA MESA DE TAMANHO NORMAL E OUTROS CONTOS'

Anuncio a futura publicação de meu livro de contos 'Uma mesa de tamanho normal', que escrevi ao longo dos últimos três anos. Será publicado pela Ed. Córrego, com texto de orelha de  Alexandre Shiguehara  e possível capa de  Valdir Rocha . Ainda não sabemos quando e como será publicado. (Esperamos que o lançamento possa contar com a presença física (que nos livremos do coronavírus!)) Por isso, a Córrego vai disponibilizar uma prévia de alguns dos contos.

Ensaio: O QUE É FILOSOFIA

De novo me perguntam e vacilo em responder à questão. Como dizer o que é filosofia sem o uso da tópica, do jargão? Não posso dizer ao tio, mestre de obras, que filosofia é a ciência do ser enquanto ser, que é conhecimento racional por meio de conceitos, ou ciência da ciência em geral, ou matemática universal, produção de conceitos. Para ele, produzir é tornar visível, o mais visível possível, fazer da coisa, parte a parte, um todo, cuja grandeza é medida em  andares... Para ele (apesar do Deus invisível), o mundo é bastante sólido. Aliás, não seria ele o responsável pela artefatura do mundo? Em redor (vocês veem) paredes, muros, prédios, todos erguidos por ele (isso é produzir). Eu, que sou também materialista, até ousaria dizer, num repente de generalização: ele é quem construiu o mundo. Mas, e eu — com a modesta filosofia? Que faço? Como explicar o conceito ao homem do concreto? Como convencê-lo (como Paulo) a crer nas coisas invisíveis?       ...

OS SUSSURROS DE RUY FAUSTO: a propósito da morte do filósofo

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O relato não é apenas meu. Era comum ver o professor Ruy Fausto murmurando pelos corredores. Mesmo quando ia estudar na biblioteca, punha-se a ler Marx aos sussurros, como se, de pronto, ao texto respondesse — assim nos exigem em filosofia: ler o texto em guarda, para perguntar-se pelo sentido de quase tudo que no texto aparece. Ruy Fausto parecia levar o adágio a ferro e fogo, e, como monge medieval (baixo, curvado, penitente), orava em cima do li vro e repetia, para si mesmo, à biblioteca e aos corredores, aquelas orações. Exagero, claro. Mas é que assim a coisa me parecia. Não era oração, evidente, sobretudo pelo texto ser, em primeiro lugar, filosófico, em segundo lugar, de Marx. Talvez era esse o sinal ético da profundidade de pensamento, que logo é percebida nas primeiras páginas de Marx: lógica e política , que li de maneira selvagem e aos trancos, para uma entrevista da qual, no fim, não participei.             É int...