Comentário do poeta Benedito Bergamo, autor de 'Cadáver Crônico', a 'Uma mesa de tamanho normal e outros contos do tamanho do bilhete do suicida'
![Imagem](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpDLmI-Aa71q67RcGi4CEoomDh9NwiyLd0ggI9kLfHcFliNNVb6JE_iwWyUAYQbNfHzU--Z5cDlj-dn_DMOpPyTawRfAwFx-44AnuF3GIZoxS0tb_Qh83lyAqTr5Y6NQtbd1XS8Wf4Wsz8HXD_kPdhFUYtYa_UCKrW1YNglExy40_xnhJGtgqVJpxs/w272-h409/Uma%20mesa.jpg)
O lhando mais demoradamente entre os espaços e a ordem que espera um acontecimento na diagramação e posição de cada palavra na página impressa, percebo que a forma da prosa criada permite a poesia que surge ou que conduz os movimentos. Penso isso por conta de: “ ...O homem era só perplexidade... Outra trovejada e começa o toró... A luz apaga e acende... Mais raios e trovões... Entra água pela vidraça... O homem está vermelho, apoplético” (p.16) Uma intenção de descrição de cenas por versos poéticos curtos ou simplesmente a utilização de frases curtas para retratar um cenário por partes numa sequência de movimento? As narrativas que constroem uma atmosfera poética não são atributos de todos os contos. Outro é o “Coração fora do peito” (p.72/73), pois, a partir de “ Ó Deus, onde está Madalena?", segue um poema em prosa (minha leitura) até o fim. “Acima da página” p. 85 – poesia pura! Lindo. Não sou leitor habitual de contos, mas posso dizer que a organização do