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Resenha à 'Interpretação de Muitos Mundos' (Ed. Versos em Cantos), de Juan Castro, no prelo

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Interpretação de Muitos Mundos , de Juan Castro, é um livro cósmico. O leitor (criatura desconfiada) me acusará de tê-lo lido não por dentro, mas pela superfície: se há “mundo” no título, o resenhista, preguiçoso como é, trata de encontrar o equivalente grego do termo, para dar ares de erudição. Não se precipite, leitor. Uso o termo cósmico, aqui, com um sentido preciso: contra-subjetivo, ao revés do eu, anti-fichtiano (me perdoe pelo inevitável rompante filosófico). Para Fichte, se o leitor resolver ser filósofo, que não faça concessões ao “mundo” (que faça, na verdade, o contrário do conselho de Kafka: “entre você e o mundo”, Fichte diria, “prefira você” — ou, para ser mais exato: prefira o “eu”). O mundo, para o filósofo, não existe em absoluto: o mundo, que aí está, que é um dado, aquele que os gregos chamavam empiria, é nulo. Não há, em nenhum sentido forte da palavra “mundo”, base e fundamento. A filosofia é, pelo contrário, a própria negação dessa palavra: o encontro consigo mes